As obras da linha 4 do metrô estão paralisadas por decisão judicial e não têm previsão para serem retomadas. A informação foi passada para a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) que investiga as irregularidades da gestão pública no setor de transportes, pela presidente da Riotrilhos, Tatiana Vaz Carius, durante diligência realizada pela CPI no canteiro de obras do metrô da Estação Gávea, nesta quinta-feira (21/06).
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) ajuizou uma ação proibindo o governo de empenhar, liquidar ou pagar novos créditos à concessionária Rio Barra, para a retomada das obras da Estação Gávea, da Linha 4 do metrô. “A conclusão desse trecho não é importante somente pelo volume de passageiros que o bairro passaria a utilizar, mas também para o futuro do Metrô Rio. Estamos apresentando os respectivos esclarecimentos e à disposição dos órgãos de controle para avançar nessa matéria”, afirmou Tatiana.
Superfaturamento
Em 2016, a obra já havia sido parada pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ). O relatório preliminar do órgão concluiu que houve um superfaturamento de R$ 3 bilhões. Segundo Tatiana, esclarecimentos foram feitos e o TCE está gerando um novo relatório com o contraditório. “Em janeiro deste ano o tribunal decidiu revogar a medida cautelar, aprovada pelo próprio órgão, que proibia o repasse às empresas que formam o consórcio, mas o Ministério Público ajuizou a ação e a obra continua parada, penalizando a população”, lamentou.
A visita foi acompanhada pelo presidente da CPI, deputado Eliomar Coelho (PSol), pelo vice-presidente, deputado Gilberto Palmares (PT) e pelo deputado Nivaldo Mulim (PR). Os parlamentares pediram aos representantes do governo que o material enviado ao TCE seja encaminhado para a comissão. “Vamos analisar esses documentos e fazer apontamentos que possam fazer com que a retomada dessa obra possa acontecer. Essa paralisação não traz somente perdas financeiras, mas também riscos”, disse Palmares.
Eliomar Coelho lembrou que as obras da linha 4 foram polêmicas.”Essa obra foi a mais escandalosa da história do Rio de Janeiro. Custou mais de 10 bilhões de reais e foi inaugurada sem a estação Gávea. São várias as denúncias, inclusive confissões de servidores do governo de corrupção na obra. Descartaram o traçado original, que atenderia muito melhor à população do estado, e fizeram esse puxadinho apenas para atender aos interesses das Olimpíadas e encher o bolso de algumas pessoas”, destacou o deputado.